11/12/2012

A ORIGEM DA ÁRVORE DE NATAL

E a polêmica em torno do seu uso entre os cristãos

A Origem da Árvore de Natal

Há mais de 400 anos que a Árvore de Natal é um dos mais populares símbolos natalinos. Sua história, porém, remonta ao oitavo século d.C., quando o arcebispo e missionário católico Bonifácio (que após ser martirizado foi canonizado como São Bonifácio) criou a chamada “Árvore do Paraíso” – como os primeiros cristãos alemães a chamavam.

Os antigos germânicos, antes de serem cristianizados, acreditavam que o mundo e todos os astros estavam sustentados nos ramos de uma grande árvore chamada por eles de o “divino Idrasil” ou o “deus Odim”, a quem rendiam culto a cada ano, no período do solstício de inverno (em dezembro), época em que supunham que a vida na Terra era renovada. A celebração desse dia consistia em adornar uma grande árvore com tochas que representavam as estrelas, a lua e o sol. Em torno dessa árvore, eles cantavam e dançavam adorando ao deus pagão Odim e a seu filho Thor. Porém, no oitavo século, o missionário católico Bonifácio começou a cristianizar os pagãos germânicos e derrubou o grande carvalho em adoração a Odim e a Thor. Esse acontecimento se deu em 723 d.C. e é considerado o evento que marca oficialmente o início da cristianização dos povos germânicos. Com a madeira do grande carvalho, Bonifácio construiu uma capela que viria a ser a primeira sede do bispado católico na Alemanha. Hoje, no mesmo lugar, encontra-se a catedral de Fritzlar.

Foi Bonifácio quem ensinou aos pagãos germânicos a verdadeira origem do mundo segundo a Bíblia. Ele ensinou-lhes também a criação de Adão e Eva, a Queda do homem, e Jesus, o Filho de Deus que veio morrer para expiação dos nossos pecados. Então, após derrubar o antigo carvalho, o missionário católico resolveu plantar no mesmo lugar um pinheiro e o adornou com maçãs e velas, dando-lhe um simbolismo cristão. Assim, maçãs representavam as tentações, o pecado original, uma referência à árvore do Jardim do Éden; e as velas representavam Cristo, a luz do mundo. Dessa forma, o antigo culto a Odim no período da festa do solstício foi substituído pelo culto ao Deus cristão, o verdadeiro Criador do mundo, e o pinheiro com esses enfeites de simbolismo cristão começou a ser usado para celebrar a criação do mundo e dos primeiros seres humanos por Deus. O pinheiro adornado passou a ser chamado por eles de “Árvore do Paraíso”. Bonifácio seria martirizado em 754 d.C. na Frísia por pagãos que se opunham à evangelização naquele lugar.

Assim, do século 8 ao século 16, para os cristãos germânicos medievais, a data de 24 de dezembro, além de ser véspera de Natal, era também o dia da festa religiosa de Adão e Eva, que rememorava a criação do primeiro homem e da primeira mulher por Deus. E nessa festa, a peça usada para celebrar a data nas casas era justamente uma árvore de pinheiro com maçãs penduradas, para representar a “Árvore do Paraíso” no Jardim do Éden. Inclusive, com o passar dos anos, os católicos alemães que ainda tinham essa prática passaram a enfeitar ainda mais essas árvores para a festa. Passaram, por exemplo, a pendurar nelas também bolinhos delgados, simbolizando a hóstia, para lembrar a redenção do homem por meio do sacrifício de Cristo.

O detalhe é que, como o Natal era celebrado no dia seguinte à Festa de Adão e Eva, as casas costumavam usar, durante as comemorações das duas datas, além da “Árvore do Paraíso”, uma peça de madeira, geralmente de formato piramidal e cheia de prateleiras, para pendurar figuras de Natal decoradas com sempre-verdes e velas. Uma dessas figuras era uma estrela representando aquela que guiou os magos do Oriente a Cristo em Belém (Mt 2.1,2,9-12).

Então, quando chega o século 16, nasce na Alemanha, de fato, a Árvore de Natal, como uma “fusão” das duas peças: a “Árvore do Paraíso” de Bonifácio e a o móvel natalino de madeira para pendurar figuras de Natal. A tradição alemã aponta para o reformador Martinho Lutero como o grande catalisador dessa fusão. Lutero teria sido o primeiro a usar o pinheiro como peça natalina. Conta-se que, em uma noite de inverno no mês de dezembro, no século 16, Lutero teria olhado para o céu através de alguns pinheiros que cercavam a trilha no meio da neve e visto o firmamento intensamente estrelado, parecendo-lhe um colar de diamantes encimando a copa das árvores. Tomado pela beleza daquilo, ele arrancou um pequeno pinheiro e o levou para casa. Lá chegando, colocou o pequeno pinheiro num vaso com terra e, chamando a esposa e os filhos, decorou-o não apenas com pequenas velas acesas afincadas nas pontas dos ramos, mas também com papeis coloridos para enfeitá-lo ainda mais. A partir daquele momento, o pinheiro passou a ser usado como símbolo do Natal em sua casa e, posteriormente, também na de outras famílias, que gostaram da ideia, fazendo nascer, de fato, o que hoje conhecemos como Árvore de Natal.

Segundo a tradição alemã, Lutero queria mostrar às crianças, por meio dessa árvore enfeitada, “como deveria ser o céu na noite do nascimento de Cristo”. Os católicos convertidos ao protestantismo, e que antes usavam a “Árvore da Vida” de Bonifácio, substituíram os bolinhos, que representavam as hóstias, por biscoitos de formatos os mais variados. Com o passar dos séculos, a tradição da Árvore de Natal foi se espalhando pela Europa e os Estados Unidos por meio da imigração, chegando à América Latina, e ao Brasil, no século 19. E de lá para cá, algumas mudanças também aconteceram, com as maçãs sendo trocadas por bolas artificiais e as velas, com o surgimento da luz elétrica, por luzes artificiais.

Apesar da origem cristã da Árvore de Natal, muitos cristãos de hoje preferem não usá-la em suas casas, por temerem estar, de alguma forma, mesmo que indiretamente, se assemelhando aos povos pagãos do passado (como os pagãos germânicos), que usavam árvores sagradas para celebrar o solstício de dezembro. Outros cristãos, porém, não se importam em usá-las particularmente em suas casas, já que as árvores de Natal, desde sua origem no século 16, não têm e nunca tiveram o mesmo significado das árvores sagradas pagãs, pois nunca foram objetos de adoração ou sequer veneração, mas apenas um enfeite natalino com simbolismos cristãos cuja origem remonta aos primeiros cristãos alemães no século 8 e aos primeiros protestantes alemães no século 16. Seja como for, essa é uma questão de consciência, para o qual podemos aplicar o princípio de Romanos 14: Se algum irmão vê a Árvore de Natal de uma forma diferente do seu real significado, é melhor não usá-la, por questão de consciência. Além do mais, não convém usar árvores de Natal em templos, por duas razões: primeiro, em respeito à consciência dos irmãos que não a vêm como algo aceitável; e segundo, porque não se trata de uma ordenança bíblica, mas apenas de uma tradição posterior de origem cristã.

Agora, independente de se gostar ou não de Árvore de Natal, fato é que Natal não é Papai Noel, nem meros enfeites de Natal, como os do famoso pinheiro natalino alemão, mas é a celebração do nascimento de Cristo, o Verbo encarnado, que se fez homem para morrer em nosso lugar, para remissão de nossos pecados e nossa completa Salvação. A Ele a Glória, hoje e sempre.

www.cpadnews.com.br

07/11/2012

GATO VOADOR

Há algum tempo alguém contou uma história que aconteceu com seu pastor. Ele viu que um gato tinha subido na árvore do quintal de sua casa. Tentou ajudá-lo a descer, mas não conseguiu.  Então resolveu amarrar a ponta de uma corda na árvore e a outra ponta no para-choque do seu carro. Foi com o carro para frente tentando fazer a árvore se encurvar até o ponto que pudesse socorrer o gatinho. Quando ele achou que estava no ponto certo para agarrá-lo, a corda se rompeu, e o gato foi arremessado para fora do quintal. Ele se sentiu péssimo vendo o gato voando para longe.

Alguns dias mais tarde, o pastor viu um pacote enorme de ração para gatos no carrinho de uma senhora da sua igreja. Ele sabia que ela odiava gatos, então perguntou-lhe porque estava comprando aquela ração. A senhora respondeu: "Pastor, o senhor não vai acreditar!  Minha filhinha estava me implorando para ter um gatinho. Então eu disse que se Deus lhe desse um, ela poderia ficar com ele. Ela se ajoelhou no quintal e orou pedindo um gatinho a Deus. Enquanto ela estava ajoelhada, um gato veio voando pelo ar e caiu em pé bem na frente dela!"

Nunca subestime o valor da oração, nem a habilidade de Deus em responder.

(BBN)

26/10/2012

O PEQUENO HERÓI DA HOLANDA

A Holanda é um país cuja maior parte do território fica abaixo do nível do mar. Enormes muralhas chamadas diques são o que impede o Mar do Norte de invadir a terra, inundando-a completamente. Há séculos o povo se esforça para manter as muralhas resistentes, a fim de que o país continue seco e em segurança. Até as crianças pequenas sabem que os diques precisam ser vigiados constantemente e que um buraco do tamanho de um dedo pode ser algo extremamente perigoso.

Há muitos anos, vivia na Holanda um menino chamado Peter. Seu pai era uma das pessoas responsáveis pelas comportas dos diques. Sua função era abrí-las e fechá-las para que os navios pudessem sair dos canais em direção ao mar aberto.

Numa tarde do início do outono, quando Peter tinha oito anos, a mãe o chamou enquanto brincava: – Venha cá, Peter. Vá levar esses bolinhos do outro lado do dique para o seu amigo cego. Se você andar ligeiro e não parar para brincar, vai chegar em casa antes de escurecer.

O menino gostou da tarefa e partiu feliz da vida. Ficou um bom tempo com o pobre cego, contando-lhe sobre o passeio da vinda e o sol e as flores e os navios lá do mar.

De repente, lembrou-se da mãe dizendo para voltar antes de escurecer, despediu-se do amigo e tomou o rumo de casa.

Quando passava pelo canal, percebeu como as chuvas tinham feito subir o nível da água e que elas estavam batendo forte contra o dique, e pensou nas comportas do pai.

“Que bom que elas são tão fortes! Se quebrassem, o que seria de nós? Esses campos lindos ficariam inundados. Meu pai sempre diz que as águas estão “zangadas”. Parece que ele acha que elas estão zangadas por ficarem presas tanto tempo”.

O menino parava a toda hora para pegar umas florzinhas azuis que cresciam à beira do caminho, ou para escutar os coelhos andando pela relva. Mas, com maior freqüencia, sorria ao pensar no pobre cego que tão poucos prazeres tinha e tanto apreciava suas visitas.

De repente, percebeu que o sol estava se pondo e escurecia rápido e voltou correndo para chegar logo em casa.

Nesse exato momento, ouviu um barulho. Parecia água respingando! O menino parou e foi procurar de onde vinha. Encontrou um pequeno buraco no dique por onde corria um fio de água.

Qualquer criança na Holanda morre de medo só de pensar num vazamento dos diques. Peter compreendeu o perigo imediatamente. Se a água passasse por um buraco qualquer, de pequeno ele logo se tornaria grande, e todo o país seria inundado. O menino prontamente percebeu o que deveria fazer. Jogou fora as flores, desceu a encosta lateral do dique e enfiou o dedo no furo.

A água parou de vazar! E Peter ficou pensando com seus botões: “Ahá! As águas zangadas vão ficar presas. Posso contê-las com meu dedo. A Holanda não vai ser inundada enquanto eu estiver aqui”.

Correu tudo bem no início, mas logo escureceu e esfriou. O menino começou a gritar bem alto: "Socorro! Alguém, venha até aqui!"

Mas ninguém ouviu; ninguém veio ajudar.

Foi fazendo cada vez mais frio; o braço começou a doer e a ficar dormente. Ele tornou a gritar: "Será que ninguém virá aqui? Mãe! Mãe!"

Mas ela já tinha procurado pelo menino muitas vezes desde que o sol se fora, olhando pelo caminho do dique até onde a vista alcançava, e decidiu voltar para casa e fechar a porta, achando que ele havia decidido passar a noite com o amigo cego, e estava disposta a ralhar com ele no dia seguinte por ter ficado fora de casa sem sua permissão.

Peter tentou assobiar, mas os dentes batiam de frio. Pensou no irmão e na irmã, aconchegados no calor de suas camas, e no pai e na mãe. ”Não posso deixá-los afogar. Preciso ficar aqui até que alguém venha, mesmo que passe a noite inteira”.

A lua e as estrelas brilhavam, iluminando o menino recostasdo numa pedra junto ao dique. A cabeça pendeu para o lado, os olhos fecharam, mas Peter não adormeceu, pois a toda hora esfregava a mão que estava detendo o mar zangado.

“De alguma forma, eu vou agüentar!”, pensava ele. E passou a noite inteira ali, contendo as águas.

De manhã, bem cedinho, um homem a caminho do trabalho achou ter ouvido um gemido enquanto passava por cima do dique. Inclinou-se na borda e encontrou o menino agarrado à parede da muralha.

- O que aconteceu? Você está machucado?

- Estou segurando a água do mar!, gritou Peter. Mande vir socorro logo!

O alerta foi dado imediatamente. Chegaram várias pessoas com pás, e logo o furo estava consertado.

Peter foi levado para casa, ao encontro dos pais, e rapidamente todos ficaram sabendo que ele lhes havia salvo as vidas naquela noite. E até hoje, ninguém esquece do corajoso pequeno herói da Holanda.

(Adaptação do original de Etta Austin Blaisdell e Mary Frances Blaisdell)
(Fonte: www.linkdobebe.com.br)
http://www.sermao.com.br/ilustracoes/o-pequeno-heroi-da-holanda/

17/09/2012

"HATYKVA" CANTO DE ESPERANÇA

Um jovem poeta, comovido com a criação, após dois mil anos, do primeiro assentamento judaico em Eretz Israel (a Terra de Israel), escreveu um poema em hebraico. Quando um fazendeiro de Rishon LeZion o ouviu, emocionou-se e compôs a melodia. A canção se tornou o hino nacional de Israel, Hatikva – A Esperança.

Suas palavras calam fundo na alma judaica. Falam da esperança imortal do povo judeu ao longo dos anos de exílio, do acalentado sonho de um dia retornar, soberano e independente, à sua terra ancestral.

Hatikva é um hino relativamente curto. Na realidade, é composto de apenas duas estrofes. A letra foi tirada do primeiro verso e da rima do poema “Tikvatenu” (“Nossa Esperança”), escrito por Naftali Herz Imber. Este o compôs, com apenas 22 anos, por volta de 1878. A fundação, naquele ano, de Petach Tikva (em hebraico, Portal da Esperança), o primeiro assentamento judaico em Israel, emocionou-o profundamente e, influenciado por um capítulo do profeta Ezequiel, escreveu as palavras que refletem a lembrança, a dor e, principalmente, a esperança de um futuro para o povo judeu.

Hatikva fala dos anseios dos judeus de um dia retornar à terra de seus antepassados – Eretz Israel. Expulso de sua terra no ano 70 d.C. pelo exército romano de Tito, que também destruiu o Templo de Jerusalém, o povo judeu jamais deixou de reverenciar e lembrar a terra que Deus prometera a seus ancestrais. Durante os dois mil anos de exílio, o desejo de retornar nunca deixou o coração judaico. Todos os dias, ele lembra de Sião nas preces e se volta de corpo e alma para Jerusalém, “o Oriente”. As suas comemorações religiosas são estipuladas de acordo com o calendário e as estações do ano em Israel. Essa é a essência da mensagem da primeira estrofe do Hatikva, pois “Sião” é o outro nome atribuído a Jerusalém e Israel.

Mesmo durante os longos anos em que Eretz Israel esteve nas mãos de povos estrangeiros e os judeus viveram sob seu domínio, a esperança de independência e o anseio por liberdade jamais feneceram. Esse é o tema da segunda estrofe do hino, que canta o desejo do povo judeu, de geração em geração – espalhado pelo mundo ou oprimido na terra de seus ancestrais.

A origem do hino Hatikva é tema de debate entre estudiosos. Originalmente foi vinculado à “Sinfonia Boêmia”, do compositor checo Bedrich Smetana (1824-1884). Porém, Zwi Mayerowitch, músico e estudioso da liturgia judaica, afirma que a música foi composta pelo sefaradita Henry Busato, ou Russoto. Ele teria se inspirado na melodia usada em certas sinagogas do rito sefaradi, quando se entoa o Salmo 117, durante o Halel.

Mayerowitch afirmou que a música foi publicada em 1857, vinte anos antes que Smetana compusesse a “Sinfonia Boêmia”. A composição apareceu na obra “Melodias antigas para a liturgia dos judeus espanhóis e portugueses: Harmonizadas por Emanuel Aguilar”.

Durante o 8º Congresso Sionista, em 1907, o hino foi cantado pelos participantes em uma manifestação espontânea, mas precisou enfrentar uma disputa acirrada com outras obras, como, por exemplo, Sham Makom Arozim, que possuía um “fã-clube” maior. Hatikva foi oficialmente adotado como hino do Movimento Sionista, juntamente com a bandeira azul e branca, apenas durante o 18º Congresso Sionista, em 1933.

Com o passar do tempo, algumas das palavras originais foram alteradas; mas, indubitavelmente, o texto carregado de emoção e a melodia suave haviam conquistado o coração das massas judias. Em 1945, Hatikva, o Canto da Esperança, foi entoado cinco dias após a libertação dos sobreviventes do campo de concentração de Bergen-Belsen, quando celebravam o primeiro shabat novamente como homens livres.

Hatikva foi adotada de forma oficiosa como Hino Nacional em 1948, cantado a plenos pulmões por uma multidão, durante a cerimônia de assinatura da Declaração de Independência do Estado de Israel. Já tinha a letra atual e foi executada pela Orquestra Filarmônica de Israel. A oficialização, no entanto, veio em novembro de 2004, com a confirmação pelo Knesset, o Parlamento israelense.

Hatikva é único hino, no mundo, que é cantado por um número maior de pessoas na Diáspora (Dispersão), do que em seu próprio solo. É também o único que, em geral, é entoado por pessoas cujo idioma nativo não é o do hino. Ao cantar Hatikva, na Diáspora ou em Israel, os judeus não estão apenas entoando uma linda melodia ou cumprindo um dever cívico. Eles estão, de fato, renovando a promessa de jamais esquecer o sonho de independência e reafirmando que sempre farão o impossível para ajudar o Estado de Israel a prosperar e conquistar o seu lugar no palco das nações. Estão confirmando e reconfirmando, vez após vez, a centralidade de Medinat Israel na vida dos judeus e unindo os dispersos do povo com o Estado de Israel. (extraído de www.morasha.com.br - http://www.beth-shalom.br)

Bibliografia:

– “The Man Behind Hatikvah ”, publicado no livro The Jewish People Almanac, compilado por David C Gross.
– http://www.jewishvirtuallibrary.org.

Assista a um slideshow com a música Hatikva numa versão instrumental, por André Paganeli »
http://www.beth-shalom.com.br/videos/hat.html

Publicado anteriormente na revista Notícias de Israel, novembro de 2007.
http://www.chamada.com.br/

15/08/2012

O MELHOR SIGNIFICADO DA PAZ

"O mundo atual assemelha-se a um circo, é divertido, as vezes assusta, e para ser feliz é preciso ser um bom malabarista." Marcio Kühne

CERTA vez um professor lançou um concurso numa renomada universidade de artes plásticas dando a um grupo de alunos a seguinte tarefa: Fazer algum trabalho de arte que expressasse o melhor significado da paz. Lançado o desafio, cada aluno buscou em alguma forma de arte algo que pudesse descrever esse estado de espírito, tanto na natureza, como nas formas e cores de suas obras de arte.

Passado algum tempo, chegou o grande dia da apresentação para a plateia inteira da universidade. Curiosamente um aluno trouxe um vídeo que se tornou o grande vencedor do concurso. Durante algumas semanas esse aluno acompanhou um casal de pássaros construírem um ninho e chocar seus filhotes, num lugar que seria a última opção para um ser humano imaginar que se encontraria paz para um tão delicado e harmonioso trabalho. O lugar escolhido pelo casal de pássaros era embaixo de uma queda dágua muito forte e turbulenta, ventos e pingos da cachoeira balançavam o pequeno ninho de um lado para o outro tirando a aparente paz necessária do determinado casal.

Passaram-se algumas semanas, e as imagens gravadas registraram todo o difícil e delicado trabalho daqueles dois pássaros, mas, enfim, ao amanhecer de um lindo dia de sol, pela primeira vez as imagens registram dois pequenos filhotes que barulhentos que haviam nascido, e os ventos e pingos daquela água fria não tiraram a paz do feliz casal.

Paz em meio à turbulência! O ambiente era o mais impróprio para tentar descrever a paz, mas acontece que a paz não estava na condição do inóspito lugar e sim na convivência daqueles dois passarinhos com toda condição contrária. Uma valiosa lição para todos nós.

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Em 21 anos, Marcio Kühne já palestrou para mais de 540 mil pessoas em mais de 120 cidades.

Palestras Motivacionais em Congressos Empresariais, Educacionais, Semanas Acadêmicas, Convenções de CDL, Sindicatos e Associações Comerciais.

www.marciokuhne.com.br

03/08/2012

OS PESCADORES

Ora, aconteceu que existia um grupo de pessoas que se chamava "Os Pescadores". Eles organizaram um clube. E eis que havia um grande número de peixes nos rios da região.

Mês após mês e ano após ano, esses pescadores se reuniam em seu clube para falar acerca da vocação para pescar. Falavam também da abundância de peixes e da metodologia apropriada para pescar.

Faziam também contínuas pesquisas em busca de novos e melhores modos de pescar. Patrocinavam dispendiosas conferências e congressos para discutir a arte de pescar, para promover a pesca e para debater o tema da pescaria.

Grandes centros foram criados e cursos eram oferecidos a respeito das necessidades dos peixes, a cultura dos peixes e onde encontrar peixes.

Os que ensinavam nesses cursos tinham doutorados em Peixologia, mas tinham pouca experiência em matéria de pescar peixes. Eles somente ensinavam aos outros como pescar com técnica.

E aqueles que eram enviados para pescar faziam exatamente o mesmo que faziam os que os tinham enviado. Organizavam mais clubes.

Analisavam o peixe e discutiam o que era necessário para apanhar peixes. Mas uma coisa eles não faziam: Pescar.

(www.sfnet.com.br/~central/)

24/07/2012

O FILÓSOFO E A CRIANÇA

(com a grafia original)

O filósofo Sintenis imaginou que, se o homem não recebesse instrução religiosa, não teria idéia da divindade e que, coisa enfadonha, passaria a vida sôbre a terra sem ter idéia de um Deus Criador.

Então procurou uma linda criança, apenas sabendo balbuciar seu nome, e que, por conseqüência, jamais ouvira falar de Deus. Uma vez na posse do objeto de seus desejos, afastou-a de todo o mundo, deu-lhe um palácio e um jardim cheio de encantadores prados, fora dos quais não poderia pôr os pés. Velou com cuidado que nenhuma pessoa lhe viesse falar de Deus; tirou tôdas as imagens, tôdas as estátuas, todos os livros que pudessem entranhar esta idéia nela. Em uma palavra, de sua casa de campo, fêz um deserto. 

A criança só teve então por mestre a natureza. Mais tarde, o filósofo Sintenis constituiu-se seu professor e intérprete da natureza. Esta educação seguiu-se, durante muitos anos, sem nenhum perigo. À medida que a criança crescia, sua inteligência robustecia; mas ela jamais ouviu falar de Deus, e isto fazia a alegria de seu mestre. Logo, dizia consigo mesmo, eu poderia apresentar, à Academia de Paris, um jovem que jamais imaginou que houvesse um Deus.

Um dia, muito cedo, logo que o sol principiou a clarear o céu, o filósofo fazia um passeio solitário no bosque que, e viu, de repente, o jovem descer ao jardim. “Aonde irá com tanta pressa? Por que sai êle a esta hora matinal?", dizia consigo mesmo. E, escondido por trás das árvores do bosque, seguiu com a vista e viu-o subir a uma elevação que dominava um lago no cristal do qual se refletiam todos os resplendores do sol nascente.

Era a hora do despertar das aves, era o momento em que, alegremente e batendo asas, elas saudavam a volta do sol com seus cantos harmoniosos. Era o momento em que as flores cravejadas de orvalho e abrindo suas corolas, exalavam para o céu seus mais delicados perfumes.

De joelhos, no meio das flores, com as quais êle rivalizava em beleza, o jovem misturou sua voz harmoniosa aos concertos das aves, e, vendo o sol nascente: "Ó sol! quanto és belo! Êle te fêz esplêndido, o Criador que te enviou ao mundo. Ó sol, vês, por acaso, o Criador de tôdas as coisas? Se o vês, dize-lhe que eu muito o amo, e que muito desejaria conhecê-lo; se o vês, dá-lhe de minha parte um beijo sôbre a sua eterna fronte." Calou-se e, levando a mão aos lábios, enviou-lhe beijos para levar a êste Deus que amava de todo o coração.

Escondido nas árvores, Sintenis tudo ouviu. Comoveu-se quase até às lágrimas, e, tremendo, correu até ao montículo e, abraçando o jovem com transporte, exclamou: "Quem te disse que havia no céu um Criador?" "Quem mo disse? Foi êsse sol, que não podíeis colocar no alto, porque sois muito pequeno para isso. Quem mo disse? Foram estas plantas, que sobem da terra sem que vosso dedo esteja aí para as lançar para fora; foi este coração, que nem vós nem eu fazemos bater dentro do peito”. O jovem, falando, estava encantador. Seu semblante era tão brilhante, que semelhava o mesmo sol.

O filósofo, perante esta linguagem sublime, que estava bem longe de esperar, pôs-se a chorar, bateu com a mão na fronte e exclamou: Ó incrédulos, vós sois uns impostores!"

Afonso Celso

(Quarto Livro de Leitura, 1945 - pagina 13 - 17ª ed - Ed Vozes)

12/07/2012

O PASTOR DAS OVELHAS

Uma senhora idosa, enferma, enfrentava sérias dificuldades financeiras, além de passar por constantes injustiças e ingratidão por parte de alguns familiares, que usufruíam de boa situação sócio-econômica.

A despeito dos percalços, a senhora mantinha uma impassível atitude de serenidade e discrição; semblante risonho, demonstrando uma cativante bondade. Jamais confidenciava ou reclamava, a quem quer que fosse acerca das aflições ou da penúria do seu viver diário.

Membro fiel de uma igreja evangélica, em uma zona rural, procurava ser assídua aos cultos, sendo igual e carinhosamente estimada pelos membros da comunidade.

Certa vez o ministro de sua igreja foi visitá-la, e após a habitual assistência pastoral, com leitura da Bíblia e oração, indagou:

- Diante das inúmeras dificuldades a senhora consegue dormir bem?

- Na verdade não consigo dormir muito bem, respondeu ela com humildade.

- Acho que a irmã fecha os olhos e começa a contar as ovelhas, pulando a cerca, até que o sono chegue!, brincou o ministro.

- Não, disse ela. Apenas fecho os olhos e procuro conversar com o Grande Pastor das Ovelhas!

A. Dudley Dennison Jr.

Revista Círculo de Oração 19 / Abr a Jun, 87 - CPAD

15/06/2012

O POTE QUEBRADO

Conta-se a história de um trabalhador pobre que ganhava a vida transportando água para os seus vizinhos. Para isto ele usava dois potes, que pendurava nas pontas de uma vara. Um dos potes , contudo, tinha uma pequena rachadura, de maneira que quando o carregador chegava ao lugar onde devia entregar a água, uma grande parte dela se perdera pelo caminho.

Isto durou muito tempo, até que, um dia, o pote rachado ficou tão envergonhado por perder tanta água, que falou ao seu dono: “Sinto-me tão incompetente e tão incapaz por perder tanta água. Estou frustrado e humilhado por não ser como o outro pote e prestar a você um serviço completo. Sempre que você chega ao destino só consigo fornecer metade da água que tinha ao começar a viagem. Sinto-me tão inútil!”.

Ao ouvir estas palavras, o carregador de água disse ao pote rachado: “Infelizmente você tem estado tão preocupado em reter a água, lutando contra o problema da rachadura, que não tem reparado numa coisa maravilhosa que aconteceu durante todo este tempo. Mas venha, que eu lhe mostrarei”.

O carregador de água foi com o pote até a fonte onde apanhava água diariamente, e começou a percorrer lentamente o caminho que fazia todos os dias, mostrando-lhe as belíssimas flores que ficavam à margem do caminho. Finalmente disse-lhe: “Está vendo estas flores? Elas são regadas várias vezes ao dia pela água que vasa da sua rachadura, por isso estão tão bonitas! Se não fosse essa rachadura, não haveria flores à beira da estrada, a alegrar a vida dos que passam por aqui.”

(anônimo)

16/05/2012

A ÚLTIMA VIAGEM DE JOHN HARPER

Em 10 de Abril de 1912, John Harper, um conhecido pregador do evangelho da Escócia, começou sua última jornada na terra. Ele embarcou no RMS Titanic em Southampton em direção aos Estados Unidos para pregar o evangelho em Chicago. Para ele e para mais de 1.500 almas, a jornada terminou quando o navio, que havia sido declarado inafundável, afundou depois de colidir com um iceberg a cerca de 400 milhas da costa do Canadá. Muitos daqueles que pereceram naquela terrível manhã de 15 de Abril de 1912 não estavam prontos para morrer pois não tinham se preparado para a eternidade.

Entretanto, John Harper estava pronto para morrer, pois ele era salvo.Sua última perguntaEnquanto o navio começava a afundar, a maioria das pessoas pensou apenas nelas mesmas e em como sobreviveriam, mas John Harper pensou  nos outros e na salvação de suas almas. Ele recusou ao menos uma oportunidade de ser resgatado e logo se viu nas águas geladas do oceano Atlântico. Enquanto ele lutava com as águas sombrias que logo levariam sua vida, ele percebeu um colega de viagem se segurando em um pedaço de madeira. Ele fez ao homem a pergunta mais importante na vida, “Você está salvo?” O estranho respondeu, “Não.” Como você teria respondido?

A última mensagem do pregador

John Harper era um conquistador de almas, então com simplicidade e objetividade características dele, respondeu com um trecho da Bíblia, “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo”. (Atos 16:31) Os dois homens se separaram pelas ondas mas se encontraram novamente mais tarde. A mesma pergunta veio dos lábios do pregador que se afogava, “Você está salvo?” De novo o outro homem teve que responder honestamente, “Não.” A mensagem da Bíblia foi repetida, “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo.”Seu último convertidoPoucos momentos depois o nobre pregador mergulhou nas águas geladas pela última vez e imediatamente sua alma foi ter com Cristo. John Harper estava no céu. Enquanto isso, em algum lugar naquelas mesmas ondas congelantes seu último contato se tornou seu último convertido, pois o estranho de fato pôs sua confiança no Senhor Jesus Cristo como seu Salvador e sua alma foi salva. Algum tempo depois, ele foi resgatado ao quase se afogar e, chegando ao Canadá, testemunhou da sua conversão.Você está salvo?

Esta simples pergunta decisiva é realmente o ponto chave de toda a pregação do evangelho. Precisa ser dirigida para toda alma na terra. Deve ser respondida individualmente e sua resposta revela onde a sua alma estará depois que vida na terra acaba. A Bíblia ensina que cada um de nós é uma alma a caminho da eternidade. Deus criou o homem à sua própria imagem e cada um é uma alma vivente (Gênesis 2:7) que nunca deixará de existir. Também cada um é uma alma culpada e condenada diante de Deus. A palavra de Deus diz, “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram.” (Romanos 5:12) O Senhor Jesus Cristo ensinou que para ir para o céu, um indivíduo deve ser salvo ou nascido de novo. “Aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus.” (João 3:3)

Como você pode ser salvo?

Como os passageiros do Titanic que se afogaram, nenhum de nós pode salvar nossa própria alma mas a boa notícia é que Deus proveu salvação através de nosso Senhor Jesus Cristo. O apóstolo Paulo anuncia as boas novas em 1 Timóteo 1:15. “Esta é uma palavra fiel e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores.” A morte do Senhor Jesus Cristo na cruz do Calvário foi planejada por Deus para que os pecadores pudessem ser salvos. “Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.” (Romanos 5:6) Os 705 passageiros do Titanic que sobreviveram, tiveram de pôr sua confiança nos botes salva-vidas providos. Todos que desejarem ser salvos de perecer eternamente no inferno e no lago de fogo devem pôr sua confiança, como pecadores perdidos, no Senhor Jesus Cristo, que morreu e ressuscitou por nossos pecados (1 Coríntios 15:3,4).Visto que todos nós caminhamos para a eternidade, qual é a sua resposta para a última pergunta de John Harper? Você está salvo? “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo.” (Atos 16.31).

http://editoraverdade.com.br/folhetos/o-titanic-voce-esta-salvo

13/04/2012

TRÊS SONHOS DE UMA CRIANÇA

Quero deixar aqui a história de uma das crianças de um dos povoados acompanhados pelo Ministério SOS Sertão que já visitei junto com o grupo de Missionários do projeto.

Prestem bem a atenção e veja qual como é a situação das crianças do Sertão.

Os missionários estavam saindo de um vilarejo do sertão chamado Lagoa Cumprida no município de São paulo do Potengi/RN depois de uma obra social. Todos estavam entrando na kombi do grupo até que uma menina de 9 anos chamada Camila foi correndo até a missionária Isaura. A missionária já conhecia a menina e ela era muito apegada ao grupo.

- Oi, Camila, o que foi?
- Missionária, eu queria pedir uma coisa pra senhora. Será que a senhora pode realizar 3 sonhos meus?

No meio daquela pobreza do sertão, imagine os sonhos de uma criança de 9 anos? Uma casa grande? Algo de valor? Ela ficou com medo de prometer para a menina algo que não estivesse ao alcance dela.

- Olha, Camila, nem tudo eu posso fazer mas o que eu puder fazer para realizar seus 3 sonhos eu vou fazer.

Nessa hora estavam todos curiosos para saber os 3 sonhos.

- O meu primeiro sonho é uma coisa que eu quero usar. Mas aqui ninguém tem, só uma moça mas ela não empresta mais pra gente porque diz que temos muito piolho.
- Mas o que é, Camila?
- Eu queria um pente cor-de-rosa.
- Um pente?!
- É. Aqui a gente precisa pentear o cabelo mas não temos um pente.
- Tudo bem, Camila, eu posso te dar um pente cor-de-rosa. Qual é o segundo?

Agora, foi a menina que hesitou. Pareceu envergonhada.

- Não precisa ser novo, pode ser usado, seu mesmo.
- Mas Camila, o quê que dá em mim pode dar em você?
- Meus pais me falaram que é muito cheiroso e eu queria saber como é.
- E o que é, Camila?

Deu um aperto no coração antes dela dizer o que era.

- Um sabonete. Queria saber como é tomar banho com um.
- Ai, meu Deus, um sabonete…

Aquilo deu um choque. Como assim existe gente no Brasil que nunca VIU um sabonete?
A realidade é bem pior do que muitas pessoas imaginam.
Perto desse povoado existe uma auto-estrada em que raramente passa alguém mas de vez em quando uns caminhoneiros param lá e deixam restos de alimentos para as crianças: quentinhas estragadas, garrafas de água pela metade, outros restos de comida.

- Teve um dia que um moço deu uma coisa para um garoto, mas como era pouco ela não conseguiu dividir com todo mundo. Então esse menino deu pra pelo menos todas as crianças sentirem o cheiro. Era o melhor cheiro do mundo! Nunca senti um cheiro tão bom.
- O quê era, Camila?
- Quando eu ia dormir, eu sonhava que alguém me dava aquilo também e eu acordava pensando que o tinha.

A menina muitas vezes mastigava o vento sonhando com o que o garoto tinha ganhado.

- Esse é o meu terceiro sonho: um biscoito de chocolate.

Um biscoito de chocolate?
Um pente, um sabonete e um biscoito. Com menos de 10 reais dava pra comprar os 3 sonhos da menina.

E não era só a Camila, aquele povoado todo de lá deve estar passando por isso. A Camila foi a porta voz de todas as outras crianças que teve vergonha de pedir o mesmo. Estamos indo lá levando Jesus à essas pessoas e envolvendo todos por uma obra social. Se quem tem que fazer não faz, alguém ter que por a mão na massa.

Missionário Renato Magnus

http://www.missoesnosertao.com/2011/09/os-3-sonhos-de-camila.html

16/01/2012

O PODER DO EXEMPLO

Em certa oportunidade, quando eu estava no Egito dirigindo alguns cultos de reavivamento para militares ingleses ali lotados, perguntei a um cabo jovem que tomava parte com assiduidade nos serviços religiosos, como se tornara cristão.

Respondeu-me com espontaneidade: "Havia um soldado raso em minha companhia, que já fora punido várias vezes pelo uso imoderado de álcool e por envolver-se em distúrbios nos bairros suspeitos. Todavia, pacientemente aconselhado pelo capelão que dava assistência espiritual à tropa, converteu-se ao Senhor Jesus algumas semanas antes do embarque do nosso regimento para o Egito.

A transformação de sua vida, conduta e costumes, foi na verdade impressionante e radical. Mas, em consequência de decisão tão suprema e corajosa, passou a ser molestado pelos antigos e ímpios companheiros, que o tornaram alvo de constantes zombarias. Numa noite chuvosa, ao voltar de seu posto de sentinela, exausto e com a farda encharcada, mudou o uniforme e, antes de deitar ajoelhou-se ao lado da tarimba para orar. Enquanto orava, fiquei irritado com aquela atitude serena e reverente e, então, para provocá-lo, joguei minhas botinas enlameadas em sua cabeça; porém ele prosseguiu em sua oração. Pela manhã, ao acordar, deparei-me surpreso com as botas, junto à cabeceira de minha cama, impecavelmente polidas. Essa foi a sua generosa resposta ao meu torpe gesto. Desse procedimento tão inusitado e comovente teve reflexos intensos e imediatos sobre o meu comportamento pecaminoso, e, nesse mesmo dia, entreguei sem reservas a minha vida a Cristo.

S. Holden

Revista Círculo de Oração 19 / Abr a Jun, 87 - CPAD

07/01/2012

A TRANSFORMAÇÃO DA PIPOCA


Autor: Rubem Braga (o Sabiá das crônicas)

A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens.

O milho de pipoca não é o que deve ser.

Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro.

O milho somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer.

Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo.

Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre.

Assim acontece com a gente.

As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo.

Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira.

São pessoas de uma mesmice, uma dureza assombrosas.

Só elas não percebem.

Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.

Mas, de repente, vem o fogo.

O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos – Dor.

Pode ser o fogo de fora: perder um amor, um filho, um amigo ou o emprego.

Pode ser o fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão, doenças e sofrimentos cujas causas ignoramos.

Há sempre o recurso do remédio, uma maneira de apagar o fogo.

Sem fogo, o sofrimento diminui.

E com isso a possibilidade da grande transformação.

Imagino que a pipoca dentro da panela, ficando cada vez mais quente, pensa que a sua hora chegou: vai morrer!

Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não consegue imaginar destino diferente.

Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada.

A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz.

Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: Bum!

E ela aparece completamente diferente, como nunca havia sonhado.

Já o piruá é o milho que se recusa a estourar.

São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente se recusam a mudar.

Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A sua presunção e o medo são a dura casca que não estoura.

O destino delas é triste.

Ficarão duras a vida inteira.

Não vão se transformar na flor branca e macia.

Não vão dar alegria para ninguém.

Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada.

O seu destino você já sabe…

E você,o que é?

Uma pipoca estourada ou um piruá?

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