30/09/2010

BEN-HUR, A CONVERSÃO DE UM ATEU

Com certeza, todos conhecem o famoso livro “Ben-Hur” que o cinema, rádio e televisão têm divulgado por quase todo o mundo. O que talvez ignore são as circunstâncias em que a referida obra foi escrita e o motivo que levou o autor, Lewis Wallace, a fazê-lo. Um amigo pessoal do autor escreveu o que segue.

Acabei eu de terminar a leitura de “Ben-Hur” (o livro estava ainda sobre a mesa) quando o autor, Lewis Wallace, entrou em minha casa. “A leitura desse livro fez-me muito bem”, disse eu; “tenciono lê-lo mais vezes”.

Wallace demonstrou certa satisfação com o meu entusiasmo, e eu lembrei-me de lhe perguntar quem o inspirara a escrever um livro tão empolgante. Após alguns instantes de reflexão respondeu-me: “Já que estás interessado em saber, vou relatar-te como foi”. Ajeitando-se melhor à cadeira, disse o seguinte: Eu era conhecido como um ateu inveterado, tendo renegado completamente o Cristianismo. Robert Ingersol (conhecido ateu muito ativo em espalhar a doutrina do ateísmo) era um dos meus amigos íntimos. Acabara de pedir a minha demissão de governador do Estado de Arizona, e dirigi-me para o leste do país em sua companhia. O trem aproximava-se da cidade St. Louis, e observamos grande número de igrejas com as respectivas torres. “Não é estranho”, exclamou Ingersol, “que pessoas inteligentes e de projeção continuem a acreditar nas doutrinas insensatas que se ensinam nas igrejas? Quando compreenderão que os ensinamentos da Bíblia não passam de mitos?”

Continuamos a discorrer durante algum tempo sobre o assunto. Repentinamente Ingersol disse-me: “Wallace, tu és um erudito e um pensador; por que não reúne documentos para escrever um livro que prove a falsidade das doutrinas de Jesus Cristo, bem como o erro de crer que semelhante personagem tenha existido? Uma tal obra te asseguraria fama mundial. Seria uma obra-prima e o único meio de pôr fim a esta quimera e a tudo o que diz respeito ao suposto Cristo e Salvador do mundo”. A proposta insistente de Ingersol causou profunda impressão no meu espírito, e pusemo-nos a discutir sobre o alcance de um livro dessa natureza. Ao separar-nos assegurei ao meu amigo que iniciaria, imediatamente, os preparativos para escrever uma obra que seria o meu melhor livro e a coroação dos meus esforços como escritor.

Cheguei a Indianópolis, onde morava, e contei o meu novo projeto à minha mulher. Ela era membro da Igreja Metodista, e como é natural, a minha resolução entristeceu-a profundamente. Eu estava decidido a cumprir o que prometera, e comecei a juntar todos os documentos que encontrei nas melhores bibliotecas da América e Europa. Recolhi todos os dados que me foi possível e os documentos que pudessem esclarecer os fatos da época em que Jesus viveu.

Vários anos se passaram assim, e quando tinha entre as mãos todos os elementos necessários, principiei a escrever o trabalho. Estava no quarto capítulo quando a convicção de que Jesus Cristo era uma personalidade tão real como Sócrates, Platão, Júlio César e outros homens da Antigüidade. Esta convicção se tornou em certeza. Eu tive de reconhecer que Jesus Cristo viveu na terra e os fatos históricos desse período não faziam senão corroborar a minha certeza.

Sentia-me numa posição falsa. Com efeito, não principiara eu a escrever um livro cujo único fim era demonstrar que Jesus jamais existira? E agora, diante dos fatos, era forçado a reconhecer que a Sua existência terrena fora tão real como Júlio César, Marco Antônio, Virgílio ou Dante. Uma outra pergunta começava a atormentar-me: “Se Jesus tinha de fato vivido (e não podia haver dúvidas a esse respeito), não seria Ele também o Filho de Deus e o Salvador do mundo?” Essa convicção tornou-se pouco a pouco uma realidade na minha alma e eu cri firmemente que Jesus era não só uma pessoa viva, como também o que Ele próprio declarara: o Filho de Deus.

Certa noite ficou inesquecível na minha vida, caí de joelhos e, pela primeira vez na vida, pedia a Deus que se revelasse a mim, perdoasse os meus pecados e me ajudasse a tornar um dos seus fiéis servidores. Pela manhã fez-se luz no meu espírito. Entrei no quarto da minha mulher, acordei-a e anunciei-lhe que recebera Jesus como meu Salvador. Quando ela ouviu o que lhe disse, o seu rosto se iluminou de alegria. Ela exclamou: “Ó, Lewis, desde o dia em que me comunicaste a intenção de escrever tal livro, não cessei de orar para que Deus te revelasse a verdade”.

Ajoelhamo-nos junto do leito àquela hora matinal e agradecemos a Deus pela Sua misericórdia e pelo caminho maravilhoso por onde me tinha conduzido. Não creio que possa existir alegria maior no céu do que a que experimentamos naquela manhã quando nos sentimos unidos na comunhão de Cristo.

Perguntei em seguida à minha mulher: “Que farei agora a todos estes documentos que reuni com tanto esforço, sacrifício e à custa de tanto dinheiro?” Ela respondeu: “Escreve de novo os quatro capítulos e prossegue até acabares o livro, demonstrando ao mundo que, após as tuas buscas e experiência pessoal concluíste que Jesus Cristo é de fato o que Ele asseverou ser: o Filho de Deus, o Salvador do mundo!”

(Revista Novas de Alegria, Portugal).

21/09/2010

O PIQUENIQUE DAS TARTARUGAS

Uma família de tartarugas decidiu sair para um piquenique. As tartarugas, sendo naturalmente lentas, levaram sete anos para prepararem seu passeio.

Finalmente a família de tartarugas saiu de casa para procurar um lugar apropriado, e no segundo ano da viagem encontraram um lugar ideal que em seis meses ficou preparado para o piquenique.

Porém, descobriram que tinham esquecido o sal; e um piquenique sem sal seria um desastre. Após uma longa discussão, a tartaruga mais nova foi escolhida para voltar a casa e pegar o sal, pois era mais rápida. A pequena tartaruga lamentou, esperneou e chorou. "Concordo em ir", disse a pequena tartaruga, "mas com uma condição: Que ninguém coma até que eu retorne." A família consentiu e a tartaruguinha saiu.

Três anos se passaram e a tartaruga não tinha retornado. Cinco anos... Seis anos... Então, no sétimo ano de sua ausência, a tartaruga mais velha não aguentou mais conter a fome e anunciou que ia comer; e começou a desembrulhar um sanduíche.

De repente, a pequena tartaruga sai de trás de uma árvore e grita: "Viu! Eu sabia que vocês não iam me esperar. Agora é que eu não vou mesmo buscar o sal".

Algumas vezes esperamos que os outros correspondam nossas expectativas e deixamos de agir corretamente, de praticar a justiça. Jesus nos ensinou a sermos justos sem esperar recompensas ou alguma gratidão para nossos atos.

Por isso, devemos pedir a Deus para colocar em nossos corações um amor incondicional que guie nossos passos em direção a atitudes justas para com os outros, atitudes de quem ama com desprendimento, atitudes de quem só espera como recompensa o prazer de poder contemplar a satisfação e a alegria daquele que, de alguma maneira, pudermos auxiliar.

"O caminho do ímpio é abominável ao Senhor, mas ao que segue a justiça Ele ama." (Provérbios 15.9)

(Extraído)

via blog Mensagens Evangelísticas
Missionária Sandra de Moura Ferreira

17/09/2010

A RESPOSTA QUE VEIO PELO ANJO

Na cidade de Newberg, Estado de Oregon, Estados Unidos, numa certa manhã, as 10 horas, apareceu em nosso lar uma senhora muito simpática. Ela tocou a campainha e eu me esforcei para lhe abrir a porta. A única coisa que aquela senhora falou foi a palavra “oração”. Sendo meu esposo um pregador da Palavra, julguei que a estranha havia chegado para pedir uma oração. Meu marido, naqueles dias, estava dirigindo cultos de evangelização em outra cidade bem distante. Mesmo fraca como estava, convidei-a para entrar e logo depois coloquei-me de joelhos ao lado do sofá. A visitante tirou a sua capa de chuva e ajeitou os seus cabelos. Então comecei a perguntar como ela estava e como se sentia, calculando que viera a mim para ser socorrida.

Em meio à conversa ela então revelou que não viera para receber oração; mas disse: “O Pai me enviou não para ser socorrida, mas Ele me enviou para ministrar a você, minha filha. Ele me mandou para cá por causa do aperto que você está passando neste momento. Você pediu a ajuda a Ele nesta hora de necessidade. Você clamou de todo o coração e com muita fé”.

Foi a hora quando ela me pegou nos braços e me colocou no sofá. Com muito carinho ela me cobriu com um cobertor e ainda me disse: “Quando você clamou ao Pai celestial nas horas da noite, seu Pai celestial ouviu o seu clamor”.

Aquela senhora pediu o uso do banheiro para ajeitar a capa de chuva e os cabelos, porque chovia. Como era linda! Foi a última coisa que me lembrei; eu que muito doente, não conseguia dormir várias noites. Só Deus sabia como eu precisava desse descanso.

Havíamos pastoreado em vários Estados e recentemente chegamos ao Estado de Oregon, onde nasci. O pastor da Assembléia de Deus em Newberg pedira a minha cooperação na Escola Dominical, com a mocidade, bem como a visitação nos lares. Meu marido dedicava-se a cultos de avivamentos em várias igrejas. Desta vez, quando ele saiu, hesitou muito, sendo que o nosso oitavo filho era ainda muito novo e eu ainda não tinha recuperado as minhas forças totalmente. Mas eu lhe assegurei que não havia problemas e que ele poderia viajar e não haveria nada de anormal. As outras crianças me ajudariam também.

Naquela segunda-feira eu não dormira nada. Já era hora de todos estarem se movimentando. Assim nos apressamos para o café da manhã e ainda tivemos tempo para o culto doméstico. Os filhos mais velhos geralmente lavavam a louça. Mas nessa manhã deixei-os sair correndo, devido a falta de tempo. Minha filha queria ficar para me ajudar, mas achei melhor ela não faltar a aula. Resolvemos que depois das aulas todos me ajudariam.

Quando a porta fechou com a saída do último filho, eu estava exausta ao extremo. Na cozinha havia um monte de louças para lavar. Foi nesse momento que chegou aquela senhora para me visitar. Tão cansada estava eu que recostei no sofá, esperando refazer as forças para poder dar banho nas crianças menores.

Só acordei três horas mais tarde. Achei a casa em perfeita ordem. Todos os brinquedos estavam em seus devidos lugares. Tudo estava em perfeita ordem e o chão limpinho. A mesa fora posta e arrumada, coberta com toalha; o serviço também completo, louças, garfos, facas, colheres etc. havia lugares para treze pessoas, incluindo a cadeira para a minha filha de um ano e quatro meses.

A cozinha estava em perfeita ordem. Aquele monte de louça suja estava lavado e enxugado. O assoalho tinha sido lavado. O bebê estava limpinho, sentado, quietinho numa cadeira e brincando com uma colher. Lá estava um bolo feito na hora e um prato de saladas e outras coisas para comer.

Certos detalhes me deixara perplexa, por exemplo, o fato de que a visitante havia lavado toda a roupa limpa e acumulada do bebê e dos demais, incluindo a roupa de cama. Tudo foi trocado no sábado, lavado, enxugado, passado a ferro e posto no seu devido lugar. No momento a visitante estava guardando a tábua de passar roupa. A máquina de lavar não tinha capacidade de lavar tanta roupa em três horas e estava chovendo. Foi um mistério de como ela conseguiu enxugar essa roupa em tão pouco tempo. De modo geral eu levava dois dias para conseguir tanto. As vezes os meninos tinham de me ajudar.

Eu expressei meus agradecimentos e minha admiração pelo que fora feito em minha casa, dizendo-lhe: “Mas como podia fazer em tão pouco tempo?” Ela respondeu que foi pelo poder de Deus. Perguntei onde morava e onde passou a noite. Procurei saber também quem era ela. Mas as respostas eram todas estranhas.

Por fim lhe perguntei: “E por que preparou toda esta comida? E por que estava posta a mesa na sala de jantar quando normalmente ocupávamos apenas a mesa da cozinha? Também a família não era numerosa”. Sua resposta foi que receberíamos outros visitantes em breve. Que surpresa para mim! Seriam treze pessoas para comer. Durante algum tempo conversamos na cozinha. Lembro-me da sensação estranha e diferente que senti enquanto ela ministrou as coisas da fé em Deus.

Quando as crianças voltaram da escola, cada uma observava a visitante e depois chegavam para perto de mim. Percebi que estavam perplexas. As menores perguntavam: “Quem é ela, mamãe? Ela é diferente... Que aspecto diferente, mamãe!”

Antes eu havia perguntado o seu nome para dizer à família. Ela respondeu: “Diga somente que sou filha de Deus, que aqui chegou em resposta à sua oração”. Informei às crianças: “Meus filhos, esta senhora é uma senhora maravilhosa que Deus mandou para me ajudar hoje. Vocês sabem que a mamãe orou a Deus pedindo socorro, e Deus me mandou esta amiga tão maravilhosa, que tanto me ajudou”.

Quando meu marido voltou inesperadamente pouco depois das crianças, ele trouxe consigo mais cinco pessoas. Alguém tinha falecido na igreja onde ele estava pregando e a série de cultos foi temporariamente cancelada. Meu esposo havia deixado o automóvel comigo. Desta forma ele trouxe o pastor, sua esposa, sua filha e mais um casal para casa.

A minha visitante preparava-se para ir embora, quando o meu marido, o pastor Triplett, chegou na cozinha. Apresentei a visitante a ele. Ele respondeu: “Como é maravilhoso! É Jesus que assim faz”.

As cinco horas estávamos todos sentados à mesa na sala maior. Éramos ao todo ali treze pessoas! A nossa visitante, nisto, desapareceu. Olhando na cozinha descobrimos que todas as louças já estavam lavadas.

Em meu estado debilitado, que teria feito sem a ajuda dessa visitante misteriosa? Eu teria passado vergonha e meu marido também. Os visitantes teriam se sentido mal. Para preparar o lanche, não tinha forças. Sabíamos que essa visitante não podia ser uma pessoa humana, pois tanto trabalho fez em tão pouco tempo. Motivados pela curiosidade para sabermos quem era ela, perguntamos aos amigos e vizinhos. Fomos à polícia de nossa cidade. Ninguém soube nos informar. Ninguém tinha visto essa tal pessoa estranha. A única explicação que nos pareceu favorável era esta: que ela era um anjo enviado por Deus, como lemos em Hb 1.14: “Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?”

Sempre que falo nesta experiência, me faz chorar pensando na misericórdia e bondade de Deus que na hora da minha agonia enviou o seu socorro na hora exata. “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os teus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!”

Este testemunho foi escrito pela irmã Gladys Triplett, mãe do Reverendo Loren Triplett, Estados Unidos.

(Mensageiro da Paz)

10/09/2010

A MENSAGEM NÃO ENTREGUE

Há muitos anos atrás um rapaz escreveu uma carta a uma jovem propondo-lhe casamento. Ele deixou bem claro que a falta da resposta dela seria considerada como uma recusa ao seu pedido. Ela escreveu imediatamente, ansiosa por aceitá-lo, mas como o dia estava muito chuvoso, o irmão dela ofereceu-se para levar a carta ao correio.

Depois disto ela nunca mais viu o seu amado. Mais tarde ela soube que ele havia se casado com outra pessoa. Vinte e cinco anos se passaram e a família mudou-se para outra casa. Durante a mudança foi encontrado um casaco do irmão daquela jovem. Ao serem examinados os bolsos foi encontrada uma carta – amarela e amarrotada! Ela nunca chegou às mãos do homem a quem ela amava. Oh, tragédia da mensagem que não foi entregue!

Deus também tem dado a cada um de nós uma Carta de Amor para ser entregue a alguém muito especial!, esteja perto ou distante. É a Palavra de Deus. Estamos entregando-a a quem interessa? Que sejamos semeadores dessa santa Semente! Ela vai frutificar para a felicidade de alguém!

(anônimo)

08/09/2010

UM PAR DE SANDÁLIAS USADAS

No dia 13 de agosto de 1727, Deus derramou um profundo avivamento sobre um grupo de checos refugiados, na Saxônia, atual Alemanha, chamado de Morávios. Com o Conde Nikolaus Zinzendorf (retrato) à frente daquela comunidade que vivia no vilarejo de Hernhut, nasceu ali uma obra missionária sem precedentes desde os primeiros séculos. Dali, saíram centenas de crentes apaixonados por Jesus. Foram enviados para a Espanha, Itália, África do Sul, São Tomé e Príncipe e até para o Brasil, além de tantas outras regioes. Impactaram sociedades, plantaram igrejas e certamente fizeram muito mais do que a história conseguiu registrar.

Já no fim desse movimento missionário, Zinzendorf se sentiu desafiado a enviar um missionário para alcançar os esquimós no Alasca. Ele relatou que certa noite sonhou com Jesus, e que nesse sonho o Senhor o instruía a enviar o oleiro. O oleiro era um homem de meia-idade, crente no Senhor Jesus, mas de personalidade pacata e que não demonstrava capacidade de liderança até então.

Zinzendorf o chamou e lhe expôs seu sonho e sua preocupação com os esquimós. Antes que o oleiro se manifestasse, o conde acrescentou que, se aquele desafio fosse aceito por ele, infelizmente ele não poderia contar com uma equipe para acompanhá-lo, pois não dispunha de outros missionários. Não haveria também meios de sustentá-lo financeiramente, pois tinha usado todos os recursos para o sustento de outros obreiros. Por fim, cria que talvez nem voltasse, já que o Alasca no século XVIII certamente era uma das regiões mais isoladas e inacessíveis do planeta. Em outras palavras, ele deveria ir só, sem sustento e sem a garantia de voltar. Sem dúvida, esse foi um convite missionário desprovido de atrativos.

Aquele oleiro permaneceu em oração por dois minutos e, por fim, levantou o rosto e respondeu: “Se o senhor conseguir me dar um par de sandálias usadas, amanhã cedo eu partirei”. O conde lhe deu as sandálias.

A história não relata, mas aquele homem certamente não possuía calçados.

No outro dia, Zinzendorf foi à casa dele procurá-lo. Mas chegou tarde, o oleiro já havia partido logo bem cedo, para jamais voltar.

Hoje, de todos os esquimós da Terra, mais de 50% são convertidos ao Senhor Jesus. Isso porque um homem, do qual nem sequer sabemos o nome, pediu apenas um par de sandálias usadas para seguir a Jesus e espalhar o evangelho até o distante Alasca.

Missões: o desafio continua.

03/09/2010

PAI, TÔ COM FOME

(por e-mail, 24 de Novembro de 2009)

Ricardinho não agüentou o cheiro bom do pão e falou:

- Pai, tô com fome!

O pai, Agenor, sem ter um tostão no bolso, caminhando desde muito cedo em busca de um trabalho, olha com os olhos marejados para o filho e pede mais um pouco de paciência.

- Mas pai, desde ontem não comemos nada, eu tô com muita fome!

Envergonhado, triste e humilhado em seu coração de pai, Agenor pede para o filho aguardar na calçada enquanto entra na padaria a sua frente.

Ao entrar dirige-se a um homem no balcão:

- Meu senhor, estou com meu filho de apenas 6 anos na porta, com muita fome, não tenho nenhum tostão, pois saí cedo para buscar um emprego e nada encontrei, eu lhe peço que em nome de Jesus me forneça um pão para que eu possa matar a fome desse menino, em troca posso varrer o chão de seu estabelecimento, lavar os pratos e copos, ou outro serviço que o senhor precisar.

Amaro , o dono da padaria estranha aquele homem de semblante calmo e sofrido, pedir comida em troca de trabalho e pede para que ele chame o filho...

Agenor pega o filho pela mão e apresenta-o a Amaro, que imediatamente pede que os dois sentem-se junto ao balcão, onde manda servir dois pratos de comida do famoso PF (Prato Feito) - arroz, feijão, bife e ovo.

Para Ricardinho era um sonho, comer após tantas horas na rua.

Para Agenor, uma dor a mais, já que comer aquela comida maravilhosa fazia-o lembrar-se da esposa e mais dois filhos que ficaram em casa apenas com um punhado de fubá.

Grossas lágrimas desciam dos seus olhos já na primeira garfada.

A satisfação de ver seu filho devorando aquele prato simples como se fosse um manjar dos deuses, e lembrança de sua pequena família em casa, foi demais para seu coração tão cansado de mais de dois anos de desemprego, humilhações e necessidades.

Amaro se aproxima de Agenor e percebendo a sua emoção, brinca para relaxar:

- Ô Maria! Sua comida deve estar muito ruim... Olha o meu amigo está até chorando de tristeza desse bife, será que é sola de sapato?!

Imediatamente, Agenor sorri e diz que nunca comeu comida tão apetitosa, e que agradecia a Deus por ter esse prazer.

Amaro pede então que ele sossegue seu coração, que almoçasse em paz e depois conversariam sobre trabalho.

Mais confiante, Agenor enxuga as lágrimas e começa a almoçar, já que sua fome já estava nas costas.

Após o almoço, Amaro convida Agenor para uma conversa nos fundos da padaria, onde havia um pequeno escritório.

Agenor conta então que há mais de dois anos havia perdido o emprego e desde então, sem uma especialidade profissional, sem estudos, ele estava vivendo de pequenos biscates aqui e acolá, mas que há dois meses não recebia nada.

Amaro resolve então contratar Agenor para serviços gerais na padaria, e penalizado, faz para o homem uma cesta básica com alimentos para pelo menos quinze dias.

Agenor com lágrimas nos olhos agradece a confiança daquele homem e marca para o dia seguinte seu início no trabalho.

Ao chegar em casa com toda aquela 'fartura', Agenor é um novo homem, sentia esperanças, sentia que sua vida iria tomar novo impulso.

Deus estava lhe abrindo mais do que uma porta, era toda uma esperança de dias melhores.

No dia seguinte, às 5 da manhã, Agenor estava na porta da padaria ansioso para iniciar seu novo trabalho.

Amaro chega logo em seguida e sorri para aquele homem que nem ele sabia porque estava ajudando.

Tinham a mesma idade, 32 anos, e histórias diferentes, mas algo dentro dele chamava-o para ajudar aquela pessoa.

E, ele não se enganou. Durante um ano, Agenor foi o mais dedicado trabalhador daquele estabelecimento, sempre honesto e extremamente zeloso com seus deveres.

Um dia, Amaro chama Agenor para uma conversa e fala da escola que abriu vagas para a alfabetização de adultos um quarteirão acima da padaria, e que ele fazia questão que Agenor fosse estudar.

Agenor nunca esqueceu seu primeiro dia de aula: a mão trêmula nas primeiras letras e a emoção da primeira carta.

Doze anos se passam desde aquele primeiro dia de aula.

Vamos encontrar o Dr. Agenor Baptista de Medeiros, advogado, abrindo seu escritório para seu cliente, e depois outro, e depois mais outro.

Ao meio dia ele desce para um café na padaria do amigo Amaro, que fica impressionado em ver o antigo funcionário tão elegante em seu primeiro terno.

Mais dez anos se passam, e agora o Dr. Agenor Baptista, já com uma clientela que mistura os mais necessitados que não podem pagar, e os mais abastados que o pagam muito bem, resolve criar uma Instituição que oferece aos desvalidos da sorte, que andam pelas ruas, pessoas desempregadas e carentes de todos os tipos, um prato de comida diariamente na hora do almoço.

Mais de 200 refeições são servidas diariamente naquele lugar que é administrado pelo seu filho , o agora nutricionista Ricardo Baptista...

Tudo mudou, tudo passou, mas a amizade daqueles dois homens, Amaro e Agenor impressionava a todos que conheciam um pouco da história de cada um.

Contam que aos 82 anos os dois faleceram no mesmo dia, quase que a mesma hora, morrendo placidamente com um sorriso de dever cumprido.

Ricardinho, o filho, mandou gravar na frente da 'Casa do Caminho', que seu pai fundou com tanto carinho: 'Um dia eu tive fome, e você me alimentou. Um dia eu estava sem esperanças e você me deu um caminho. Um dia acordei sozinho, e você me deu Deus, e isso não tem preço. Que Deus habite em seu coração e alimente sua alma. E, que te sobre o pão da misericórdia para estender a quem precisar!'