27/03/2010

O DESERTO DE ATACAMA E O EL NINO

Para quebrar a estabilidade desse deserto (que vai do norte do Chile à fronteira com o Peru), só mesmo fenômenos climáticos de larga escala, como o El Niño, que é o aquecimento das águas do Pacífico. Essa anoma-lia oceanográfica origina chuvas na área desértica do Chile e do Peru e afeta ecossistemas terrestres. O nome, criado por pescadores, significa "Menino Jesus", porque aparece geralmente no mês de dezembro.
O "Jesus" dos chilenos e peruanos traz chuvas fortes o bastante para penetrar o solo e dar origem a um dos maiores espetáculos naturais: sementes que permaneceram latentes por anos brotam com todo o esplendor, numa explosão de cores e tipos vegetais. É mais uma vitória da vida sobre o deserto.
O El Nino, que é benéfico para aquela região dos Andes, pode ser maléfico em outras áreas do planeta, como todos sabemos. Faz lembrar exatamente o Jesus da Bíblia (Lc 1.23,24; Lc 20.17,18). Ele é Pedra, é Rocha de fundamento, e todo aquele que edifica sobre ela fica firme. E para quem se escandaliza nela, ela mesma se torna numa pedra de tropeço. Para muitos Ele é a maior bênção, para outros é escândalo.

Os flamingos rosados

Habitantes da planície de sal, o Salar de Atacama, são um bom exemplo de espécie adaptada. Nesse local, a água que veio da Cordilheira dos Andes, formando lagos azuis, evapora mais rapidamente do que é reposta pelas chuvas, e os sais minerais permanecem. O resultado é uma quantidade enorme de imensos lagos, cujo sal impregna no organismo do flamingo. A saída que esses animais encontraram foi eliminar o excesso através de pequenas aberturas ao lado das narinas.

(Super Interessante)

19/03/2010

CARMELITA

Max Lucado

O ar quente pairava pesado na pequena capela do cemitério. Os que tinham leques usavam-nos para refrescar-se. Havia muita gente. As poucas cadeiras colocadas foram logo ocupadas. Eu encontrei um canto vazio de um lado e fiquei ali de pé, observando meu primeiro funeral brasileiro.
Sobre suportes no meio da capela tinha sido colocado o caixão e nele o corpo de uma mulher morta num acidente de carro na véspera. O nome dela era Dona Neusa. Eu a conhecia por ser mãe de um de nossos primeiros convertidos, Cesar Coutinho. Ao lado do caixão: Cesar, sua irmã, outros parentes e alguém muito especial com o nome de Carmelita.
Ela era uma mulher alta, de pele escura, quase negra. Naquele dia seu vestido era simples e seu rosto solene. Ela olhava fixamente para o caixão com seus olhos castanhos e fundos. Havia algo de nobre na maneira como ficava ali de pé ao lado do corpo. Ela não chorava abertamente como os demais. Nem procurava consolo com os outros enlutados. Ela só ficou ali, curiosamente quieta.
Na noite anterior eu acompanhara Cesar na delicada missão de contar a Carmelita que Dona Neusa morrera. Enquanto nos dirigíamos para a casa dela, ele explicou-me como Carmelita fora adotada em sua família.
Mais de vinte anos antes, a família de Cesar visitara uma pequena cidade no interior do Brasil. Eles encontraram ali Carmelita, uma órfã de sete anos, vivendo com parentes pobres. A mãe dela tinha sido uma prostituta. Ela nunca conhecera o pai. Depois de ver a criança, Dona Neusa sentiu-se comovida, sabendo que se não interferisse, a pequena Carmelita estava condenada a uma vida sem amor nem atenção. Por causa da compaixão de Dona Neusa, Cesar e sua família voltaram para casa com um novo membro.
Enquanto eu me encontrava ali na capela funerária e olhava para o rosto de Carmelita, tentei imaginar as suas emoções. Como a vida dela tinha mudado. Fiquei pensando se a sua mente revivia as lembranças da infância quando subira num carro e se afastara para viver com uma família estranha. Num momento ela não tinha amor, um lar, nem um futuro; no momento seguinte obtivera essas três coisas.
Meus pensamentos foram interrompidos pelo ruído de pés se arrastando. O velório terminara e as pessoas deixavam a capela para assistir ao enterro. Por causa de minha posição, bem no canto do prédio, fui o último a sair. Ou pelo menos pensei que fora. Enquanto andava ouvi uma voz suave atrás de mim. Voltei-me e vi Carmelita chorando silenciosamente ao lado do caixão. Comovido, parei na porta da capela e assisti o seu tocante "adeus". Carmelita estava sozinha pela última vez com sua mãe adotiva. Havia sinceridade em seus olhos. Era como se ela tivesse uma tarefa final a cumprir. Ela não se lamentou em voz alta, nem gritou de dor. Simplesmente inclinou-se sobre o caixão e o acariciou ternamente como se fosse o rosto da mãe. Com lágrimas silenciosas caindo sobre a madeira polida ela repetiu várias vezes "Obrigada, obrigada".

Uma despedida final de gratidão.

Ao voltar para casa pensei que nós, de muitas formas, somos como Carmelita. Nós também somos órfãos amedrontados. Nós também não tínhamos nem ternura nem aceitação. E nós também fomos resgatados por um visitante compassivo, um pai generoso que nos ofereceu uma casa e seu nome.
Nossa resposta deveria ser exatamente a mesma de Carmelita, uma reação comovente de gratidão sincera pela nossa libertação. Quando ninguém mais daria por nós nem sequer o tempo de um dia, o Filho de Deus nos deu o tempo de nossa vida!
Nós também deveríamos nos colocar na companhia silenciosa daquele que nos salvou, e chorar lágrimas de gratidão, oferecendo palavras de agradecimento. Pois não foram nossos corpos que ele resgatou, mas nossas almas.

(Para mais meditações de Max Lucado: www.iluminalma.com.br)

15/03/2010

UMA EMOCIONANTE HISTÓRIA DE VIDA

John Powell, S.J., professor da Loyola University de Chicago, escreve a respeito de um aluno de uma turma sua de Teologia da Fé, chamado Tommy.

Há cerca de doze anos atrás, eu estava em pé, dentro da classe, esperando, enquanto meus alunos entravam para nossa primeira aula de Teologia da Fé. Aquele foi o primeiro dia em que vi Tommy. Tanto meus olhos quanto a minha mente piscaram ao vê-lo. Ele estava penteando seus cabelos longos e muito louros que batiam uns vinte centímetros abaixo dos ombros. Aquela era a primeira vez em que eu via um rapaz com cabelos tão longos. Acho que estavam começando a entrar na moda.
Dentro de mim, eu sei que o que conta não é o que vai sobre a cabeça, mas o que vai dentro dela, mas naquele dia eu estava despreparado e minhas emoções me confundiram. Imediatamente classifiquei Tommy com um "E" de estranho... Muito estranho.
Tommy acabou se revelando o "ateísta de plantão" do meu curso de Teologia da Fé. Constantemente, ele fazia objeções, fazia troça ou gemia contra a possibilidade de existir um Deus-Pai que nos amasse incondicionalmente. Convivemos em relativa paz um com o outro por um semestre, embora eu tenha que admitir que às vezes ele era um estorvo às minhas costas.
Quando ao fim do curso, ele se aproximou para entregar seu exame final, ele me perguntou num tom ligeiramente cínico: "O senhor acredita que eu possa encontrar Deus algum dia?"
Imediatamente eu me decidi por uma terapia de choque.
"Não!", respondi enfaticamente.
"Ah!", ele respondeu, "eu pensei que este fosse o produto que o senhor estava tentando nos impingir".
Eu deixei que ele desse uns cinco passos fora da sala quando gritei para ele:
"Tommy, eu não acredito que você consiga encontrar Deus, mas tenho absoluta certeza de que Ele o encontrará".
Ele deu de ombros e saiu da minha sala e da minha vida.
Eu fiquei ligeiramente desapontado diante da idéia de que ele não tivesse escutado minha frase tão inteligente:
"Ele o encontrará!"
Pelo menos eu achei que era inteligente...
Mais tarde eu vim a saber que Tommy tinha se formado e eu fiquei especialmente aliviado; depois, uma notícia triste: eu soube que Tommy estava com um câncer terminal.
Antes que eu pudesse ir a sua procura, ele veio me ver.
Quando ele entrou no meu escritório, reparei que seu físico tinha sido devastado pela doença e que os cabelos longos tinham caídos todos como resultado da quimioterapia.
Mas os seus olhos estavam brilhantes e a sua voz estava firme, pela primeira vez na vida, acredito eu.
"Tommy, tenho pensado tanto em você! Ouvi dizer que você estava doente!", disparei.
"Ah, é verdade, estou muito doente. Tenho câncer em ambos os pulmões. É uma questão de semanas agora".
"Você consegue conversar a respeito disso, Tommy?"
"Claro, o que o senhor gostaria de saber?"
"Como é ter apenas vinte e quatro anos e estar morrendo?"
"Acho que poderia ser pior".
"De que maneira?"
"Bem, assim como ter cinqüenta anos e não ter noção de valores ou ideais, assim como ter cinqüenta anos e pensar que bebida, mulheres e dinheiro são as coisas verdadeiramente "importantes" na vida."
Comecei a procurar através do meu arquivo mental a letra "E" onde eu havia classificado Tommy como "estranho".
(Parece que todas as pessoas que tento rejeitar na vida com estas minhas classificações, Deus as manda de volta como que para me ensinar uma lição).
"Mas a razão pela qual eu realmente vim vê-lo", disse Tommy,
"foi a frase que o senhor me disse no último dia de aula".
(Ele se lembrava!) Tommy continuou.
"Eu lhe perguntei se o senhor acreditava que eu encontraria Deus algum dia e o senhor respondeu, 'Não!', o que me surpreendeu. Em seguida, o senhor disse 'mas Ele o encontrará'. Eu pensei um bocado a respeito daquela frase, embora naquela época eu não pensasse muito em procurar por Deus.
(Minha frase "inteligente". Ele tinha pensado muito a respeito!)
"Mas quando os médicos removeram um nódulo da minha virilha e me disseram que era um tumor maligno, aí encarei com mais seriedade a procura de Deus. E quando a doença espalhou-se pelos meus órgãos vitais, eu comecei, realmente, a dar murros desesperados nas portas de bronze do paraíso. Mas Deus não apareceu. De fato, nada aconteceu. O senhor já tentou fazer alguma coisa por um longo período de tempo, sem sucesso? A pessoa fica psicologicamente saturada, cansada de tentar. E então, desiste. Um dia, eu acordei e em vez de atirar mais alguns apelos por cima de um muro alto de tijolos, atrás de onde Deus poderia ou não estar, eu desisti simplesmente. Eu decidi que de fato não estava me importando... com Deus, com uma vida eterna ou qualquer coisa parecida. E decidi gastar o tempo que me restava fazendo alguma coisa mais proveitosa. Eu pensei no senhor e nas suas aulas e eu me lembrei de outra coisa que o senhor tinha dito: 'A tristeza mais profunda, essencial, é passar pela vida sem amar'. Mas seria quase tão triste passar pela vida e deixar este mundo sem jamais ter dito às pessoas que você as amou, que você as tinha amado. Então comecei logo pela pessoa mais difícil: meu Pai. Ele estava lendo o jornal quando me aproximei dele e disse: 'Papai'. . .'Sim, o quê?' Ele perguntou sem baixar o jornal. 'Papai, eu gostaria de conversar com você.' 'Então converse, vamos, fale logo.' 'É um assunto muito importante, papai!' O jornal desceu alguns centímetros vagarosos. 'O que é, diga logo?' 'Papai, eu te amo. Eu só queria que você soubesse disso."
Sorrindo para mim, Tommy disse com uma satisfação evidente, como se ele sentisse uma alegria quente e secreta fluindo dentro dele.
"O jornal escorregou para o chão e o meu pai fez duas coisas que eu não me lembro de tê-lo visto fazer jamais na vida:
Ele chorou e me abraçou demoradamente. E conversamos durante toda a noite, embora ele tivesse que ir trabalhar na manhã seguinte. Foi tão bom poder me sentir junto do meu pai, ver e sentir as suas lágrimas fluírem pelo seu rosto, sentir o seu abraço apertado, ouvi-lo dizer que me amava. Foi mais fácil com a minha mãe e com o meu irmão mais novo. Eles choraram comigo também e nós nos abraçamos e começamos a falar coisas realmente boas uns para os outros. Falamos sobre as coisas que tínhamos mantido segredo por tantos anos. Eu só lamentei uma coisa: que eu tivesse esperado tanto tempo. Naquele momento eu estava apenas começando a me abrir com todas as pessoas com as quais eu me sentia ligado. Então, um dia, eu me voltei e lá estava Deus. Ele não veio ao meu encontro quando eu Lhe implorei. Eu acho que eu tinha agido como um domador de animais que segurando um aro, diz: 'Vamos, pule! Eu lhe dou três dias... Três semanas'. Aparentemente Deus age a Seu modo e a Seu tempo. Mas o que é importante é que Ele estava lá. Ele me encontrou. O senhor estava certo. Ele me encontrou, mesmo depois de eu ter parado de procurar por Ele."
"Tommy," eu disse quase soluçando, "eu acho que o que você está dizendo é alguma coisa muito mais importante e muito mais universal do que você pode imaginar. Para mim, pelo menos, você está dizendo que a maneira mais certa de se encontrar Deus, não é fazer d'Ele um bem pessoal, uma solução para os próprios problemas ou um consolo instantâneo em tempos difíceis, mas sim tornando-se disponível para o amor. O apóstolo João disse isto: 'Deus é Amor e aquele que vive no amor vive com Deus e Deus vive com ele. Tommy, posso lhe pedir um favor? Você sabe que quando você foi meu aluno, você me deu muito trabalho. Mas, (aos risos) agora você pode me recompensar por tudo aquilo. Você viria a minha aula de Teologia da Fé e contaria aos meus alunos o que você acabou de me contar? Se eu lhes contasse a mesma história, não calaria tão fundo neles."
"Oooh! Eu estava preparado para vir vê-lo, mas não sei se estou preparado para enfrentar seus alunos."
"Tommy, pense nisto. Se você se sentir preparado, telefone para mim".
Alguns dias mais tarde, Tommy telefonou e disse que falaria para a minha turma, que ele queria fazer aquilo por Deus e por mim. Então marcamos uma data.
Mas, ele não pode vir. Ele tinha outro encontro, muito mais importante do que aquele com a minha turma e comigo. É claro, que sua vida não terminou realmente com a sua morte, apenas se transformou. Ele tinha dado o grande passo da fé para a visão. Ele foi ao encontro de uma vida muito mais bonita do que os olhos humanos jamais viram ou que os ouvidos humanos jamais ouviram ou que a mente humana jamais imaginou.
Antes de morrer, ainda conversamos uma vez. "Não vou ter condições de falar com sua turma", ele disse. "Eu sei, Tommy". "O senhor falaria com eles por mim? O senhor falaria... com todo mundo por mim?" "Vou falar, Tommy. Vou falar com todo mundo. Vou fazer o melhor que puder".
Portanto, a todos vocês que foram tão bons e pacientes em escutar esta declaração de amor tão singela, obrigado por fazê-lo. E a você, Tommy, onde quer que você esteja nas colinas verdejantes e ensolaradas do paraíso: eu falei com todo mundo... Do melhor modo que eu consegui.
E se esta história significa alguma coisa para você... "Os amigos são o meio pelo qual Deus cuida de nós".
Edison Piazza - Piracicaba
(e-mail recebido)

www.viajandopelomundo.com

09/03/2010

DEIXE SUAS LÁGRIMAS AO SAIR

Algumas localidades da Pérsia, as pessoas dão grande valor às lágrimas. Acreditam que elas possuem virtudes curativas. Nos velórios, são oferecidas esponjas aos presentes para que estes enxuguem suas lágrimas. À saída, as esponjas são recolhidas, e o seu conteúdo, cuidadosamente guardado. É comum haver nas câmaras-ardentes avisos como este:
"Não esqueça de entregar suas lágrimas''.
Mas não é só esse povo que se interessa pelas lágrimas. Deus também lhes dispensa especial atenção. Sim, Ele está interessado em suas lágrimas!
A Bíblia registra, nos Salmos, estas palavras do rei Davi:
Põe as minhas lágrimas no teu vaso.
Sim, Deus deseja guardar suas lágrimas. Você é do tipo que esbanja alegria com os amigos, e depois isola-se para chorar? Sente uma angústia que parece não ter fim? Amargura-se pelas injustiças sofridas? E sofre sob o peso da própria consciência?
É hora de abandonar essa angústia em que mergulhou a sua alma. E, ao sair, não se esqueça: entregue a Deus todas as suas lágrimas e pesares. Você pode fazê-lo através de Jesus, o Filho de Deus. Permita-lhe que se torne não apenas o guardião de suas lágrimas, mas também o Senhor de sua vida. Ele lhe dará, independentemente das circunstâncias, uma vida de eterna paz.
E quando ingressar na eternidade, você deixará para sempre suas lágrimas.
E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque as primeiras coisas são passadas (Apocalipse 21.4).
(folheto da CPAD)